Carlos Alberto Pessoa Rosa
Surrealista
cabelos escorridos
caprichar nos bicos
seios rijos
rechear as coxas
apetrechos
nos pêlos negros
encaracolar
desejos
escorrer uma fina
depressão
uma dala erótica
um rego
palavras
lavras e cheiros
de fêmea-faminta
lambuzada de um mel
selvagem
da abelha mais nobre
a queimar a língua
a criar um delírio-macho
caldo provado
tornar chamas caladas
derreter
em cinzas
sermos sulco-sumo
uno
fêmea-macho
sem artimanhas
procriadores de efêmeros
nadas
abraçados no pescoço
surrealista de minha poesia